Dicas viagem Camboja – encontre aqui nesse post tudo o que você precisa saber para viajar para Siem Reap e Angkor. Dicas de hotéis, dicas de restaurantes, quais templos visitar, guias privativos, como se locomover, os passeios imperdíveis, clima, melhor época para ir, como se vestir e muito mais.
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Você pode chamar esse país de Camboja, Cambodja (as duas formas usadas em português), Cambodia (inglês – nome mais usado internacionalmente), de Camboya (espanhol), ou de qualquer outro jeito. Mas o que é certo mesmo é que esse lugar é de arrepiar.
Achava que depois de ter conhecido a Índia (clique aqui para ler o post), nenhum outro país me tocaria tanto… Me enganei! O Camboja me “pegou de jeito”. Seu povo sempre sorridente e simpático, mesmo em meio a tantas dificuldades, mesmo depois de tantas guerras (durante o regime do Khmer Rouge quase metade da população do país foi exterminada… Triste!), sua comida “asiática mas não tão apimentada” (delííícia), seus templos fabulosos… Que intenso! Gosto de conhecer lugares assim… Que roubam um pedacinho de mim! Ah, mas pode ter certeza de que volto pra buscar esse pedaço. Ou pra deixar o resto do coração! ♥
Estivemos em Siem Reap em março de 2015, depois de uma viagem a Tailândia (clique para ler os posts: Bangkok / Chiang Mai / Krabi & Phi Phi).
Espero que você também se apaixone por este destino lendo o meu texto e que fique looouco para conhecê-lo (ou mais ansioso para ir logo, se já estiver com passagens compradas!!). 🙂
Sobre o lugar
O Reino do Camboja é um país do Sudeste Asiático, que faz fronteira com Tailândia, Laos e Vietnã. É parte da região que antes era chamada de “Indochina“, colônia francesa, que também incluía os países Vietnã e Laos. O nome se deve à localização do território, entre Índia e China.
Apesar de Siem Reap ser a cidade mais popular entre os turistas (com razão!!), a capital do país é Phnon Penh.
O idioma oficial é o Khmer. Aparentemente, para nós, leigos, o khmer é bem parecido com o tailandês. Mas basta um dia no país para ver que são bem diferentes, tanto na fala como na escrita. Encontrei mais gente falando inglês super bem no Camboja do que na Tailândia!! O francês também é bastante falado.
A população do país é de aproximadamente 15 milhões de habitantes, e 95% dela é de religião budista.
Siem Reap é a cidade-base para explorar o Complexo de Angkor, que foi a capital do Império Khmer entre os séculos 9 e 13. Uma cidade divertida, com um certo charme, cortada por um rio, cheia de restaurantes, bares e hotéis bonitos, e a apenas 7km dos templos. Angkor é um parque arqueológico com 400km2 e centenas de templos e ruínas absurdamente incríveis.
*** História / Política ***
Quem vê tantas fotos lindas e tantos depoimentos profundos de turistas que se apaixonaram pelo país e pelo sorriso dos cidadãos, talvez nem imagine a história sofrida que tem o Camboja.
Vou contar “resumidamente” (juro que tentei!!), para chegar no que me arrepia mais: o Khmer Rouge (ou Khmer Vermelho), que extinguiu quase metade da população do país.
[Império Khmer]
Bom… Voltando centenas de anos, o Camboja teve seu período de glória quando fazia parte do Império Khmer, no qual Angkor era a capital. A monarquia sobreviveu até 1431, quando os tailandeses dominaram Angkor Thom e o rei cambojano fugiu para o sul do país. Aos poucos o Camboja foi ficando espremido entre dois poderosos: o Reino de Sião (parte da Tailândia) e o Vietnã, se tornando um vassalo, completamente dependente dos vietnamitas.
[Colônia Francesa]
O Rei acabou pedindo ajuda e proteção da França, e o país se tornou Colônia Francesa de 1863 a 1953 (com exceção do período de 1941 a 1945, ocupado pelas forças da Tailândia e do Japão durante a Segunda Guerra Mundial).
[Governos comunistas e o Khmer Rouge]
Na segunda metade do século XX, passaram alguns governos comunistas pelo país, mas o mais marcante foi, quando em 1975, as forças do Khmer Vermelho assumiram o controle do Camboja, sob a liderança de Pol Pot.
O novo governo queria criar um país “do zero”, eliminando tudo o que existia antes. E assim surgiu um programa de execuções que matava TUDO e TODOS que tinham qualquer ligação ou simpatia com o governo anterior. Mais tarde, pessoas eram mortas por motivos ainda mais banais. Morriam por não trabalharem com garra, por reclamarem, por guardarem comida, por usarem jóias, por fazerem sexo sem autorização, por terem alguma religião ou por chorarem a morte de algum amigo (não era o caso de chorarem pela morte de parentes, pois matavam sempre toda a família, para não despertar desejo de vingança. Então nem “sobravam” parentes para chorar a morte). Nosso guia nos contou que matavam até mesmo as pessoas que usavam óculos, pois pressupunham que estes eram intelectuais. Também matavam monges budistas.
O regime comunista do Khmer Rouge exigiu o deslocamento de TODA a população das áreas urbanas para os campos, evacuando até mesmo hospitais (e seus doentes – quase sempre, eram eliminados). A desculpa para tal “evacuação” era de que assim seria mais fácil alimentar a população, com cada um plantando o alimento para todos (mesmo que fosse um trabalho forçado). O motivo real era educá-los e eliminar a ideia de propriedade privada.
Se já não bastasse a existência de um governo sem escrúpulos como este, o território cambojano era bombardeado pelas forças norte-americanas (mais de 539 toneladas de bombas foram lançadas sobre o país. Para você ter uma ideia de quantidade, o Japão recebeu “apenas” 153 toneladas de bombas durante a Segunda Guerra Mundial).
A chacina do Khmer Rouge durou até 1979, quando foi invadido pelo Vietnã, inconformado com o tipo de governo do país vizinho.
Apesar de ser uma história super recente, pouco se sabe sobre os detalhes, já que quase não restaram testemunhas. O número exato de vítimas também não é certo. Alguns estudiosos calculam 3 milhões de mortos, outros 1,5 milhões… Seja qual for o número exato, trata-se do maior massacre que já existiu proporcional à população de um país.
[Atualidade]
Muuuuuita coisa ainda aconteceu depois de 1979 (eitaaaaa líderes briguentos), e a monarquia constitucional foi restaurada só em 1993. Hoje, o Rei é Norodom Sihamoni, e o primeiro-ministro é Hun Sen. Pol Pot passou 18 anos escondido na selva, e só em 1998 morreu de causas naturais, em prisão perpétua DOMICILIAR (fala sério, né?!).
O país vem tentando, aos pouquinhos, se reconstruir. É visível a dor pela qual as pessoas passaram há tão pouco tempo. Apesar de ser um povo alegre, sente-se uma certa “frieza” no ar, um clima pesado. Ainda há muitas crianças e adultos mutilados, vítimas das mais de 4 milhões de minas terrestres que foram instaladas no país na época do regime.
Ir para o Camboja é forte, é intenso… Se aprofundar sobre essas questões do país te faz pensar, refletir, chorar. Uma mistura de emoções. Tanta beleza, tantos templos esplêndidos, tanta religiosidade… E uma história tão triste, que, se Deus quiser, vai ser superada!! 😉
Para saber mais sobre Pol Pot e o regime do Khmer Rouge, assista esse vídeo aqui.
*** Dinheiro ***
A moeda oficial do país é o Riel (KHR) mas nem se preocupe em trocar dinheiro. Leve apenas dólares (USD)! TODOS os lugares aceitam a moeda americana, inclusive os preços dos estabelecimentos estão em dólar. Quase fizemos a besteira de trocar assim que chegamos no aeroporto (vimos uma fila de gente trocando) mas é totalmente desnecessário.
Mas, atenção! Leve bastaaaante dinheiro em CASH (vivo!!! rsrs). Porque lá quase não se aceita cartão de crédito. Claro, nos hotéis e restaurantes maiores, é possível sim usar Visa e MasterCard, mas no dia-a-dia, é beeem difícil.
Tudo no Camboja é assustadoramente barato: hotéis, comida, souvenirs… Acho que é o país mais barato em que já estive. Uma excelente opção para quem quer fazer uma viagem budget e super interessante. Você pode até gastar mais no vôo para chegar, mas pode ter certeza de que o preço das coisas lá irá compensar o gasto com a passagem.
*** Clima – Quando ir? ***
Assim como a Tailândia e em quase todo o Sudeste Asiático, o clima no Camboja é marcado pela época das monções, que divide o ano em praticamente duas temporadas: seca e chuvosa. Chove muito nos meses de maio a outubro. Portanto, tente ir de novembro a abril, quando quase não chove. De novembro a fevereiro as temperaturas são mais amenas, porém, nos meses de março e abril os termômetros podem chegar nos 38ºC. Fui em março e posso garantir que é quente meeeeesmo.
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Como chegar / Onde ficar
*** Vôos ***
Chegar no Camboja (Siem Reap) saindo do Brasil não é a coisa mais simples do mundo. Demoooora e não há vôos diretos. A maioria vai via Bangkok (BKK), portanto, é mais fácil mesmo ir ao Camboja na mesma viagem a Tailândia.
O único vôo com apenas 1 parada, saindo de São Paulo (GRU) é:
- Koren Air (com conexão em Seoul) – mas não é o mais vantajoso, porque mesmo com uma parada apenas, é beeeem mais longo que as outras opções.
Outras opções com 2 paradas são:
- Emirates
- Qatar Airways
- KLM
- Air France
Se você já estiver na Tailândia (em Bangkok – aeroportos BKK ou DMK) e quiser ir para Siem Reap (REP), há dezenas de opções de vôos diretos (apenas 1h de duração), super baratos!
- Air Asia – é a cia que voamos para chegar em Siem Reap. Recomendo!
- Bangkok Airways – se definem como uma cia aérea “boutique” – realmente o serviço é melhor que a média das cias tailandesas. Oferece a todos os passageiros um lounge no terminal de embarque, com internet e lanchinhos gostosos grátis! Voamos Bangkok Airways para ir embora.
- Cambodia Angkor Air – inicialmente, nosso vôo para voltar para Tailândia era com esta cia. Não recomendo! Trocaram a gente de vôo sem nos avisar (praticamente 1 dia de diferença! rsrs! No way, né?!) e ainda demoraram meses para nos reembolsar a passagem. São super amadores. Sorte que achamos vaga no vôo da Bangkok Airways de última hora.
[Leia post sobre Bangkok aqui]
*** Visto ***
A parte de cidadãos do Laos, Malaysia, Filipinas, Singapura, Vietnã, Tailândia e Indonésia, TODO MUNDO precisa de visto para entrar no Cambodia.
Mas para tirá-lo, é absurdamente fácil e moderno!! Me assustei com a praticidade da coisa! rsrs. Todo o processo é feito on-line, por meio do site do e-Visa (clique aqui) ou pelo aplicativo para smartphone (iOS ou Android). Você envia as informações e a foto, paga com cartão de crédito (30USD + 7USD de taxa de processamento) e, se aprovado, seu visto chegará por e-mail em até 3 dias úteis. Aí é só imprimir o arquivo (que possui um código de barras) e apresentar na imigração no momento da chegada.
Também é possível chegar sem visto e fazê-lo na hora. Mas, dica de amiga: FAÇA-O ANTES PELA INTERNET!! A chegada no aeroporto é uma bagunça absuuuurda, um empurra-empurra… E quem já tinha o e-Visa (que por incrível que pareça, era a minoria) fez a imigração sem fila alguma, rapidinho!
*** Transfer Aeroporto – Hotel ***
É muito fácil se locomover por lá. Transportes como taxi e tuc-tuc são extremamente baratos! E, com certeza, assim que desembarcar, haverá um montão de gente gritando pra você. O aeroporto fica pertinho da cidade/zona de hotéis (apenas 12km do nosso).
Outra maneira, que foi o que fizemos, é combinar previamente com seu hotel para te buscar. Achamos uma opção mais tranquila, já que não sabíamos como era o “esquema” e aterrizamos às 21h.
Há também empresas de transfers que oferecem o serviço por preços super justos. Veja aqui.
*** Hotéis ***
O ideal em Siem Reap é se hospedar no centrinho, nos arredores da Pub Street. Assim você estará perto dos restaurantes, lojas, mercados… Enfim, do mais animado e alegre da cidade! 🙂
Algumas sugestões:
Se soubesse desse hotel antes de ir, acho que teria ficado lá, pois tem a localização perfeita!! Pertinho o suficiente da Pub Street e dos Night Markets (para ir a pé), só que um pouco “fora”, em uma zona mais tranquilinha e menos barulhenta (o que é o ideal!!). Também fica a uns 15 minutos de carro dos templos de Angkor. Tem o Shinta Mani CLUB (mais caro) e o Shinta Mani RESORT, mas ambos são lindos. Fica um em frente ao outro!
Também é uma excelente opção pois esse hotel é um chaaaaarme! O custo-benefício é ótimo, mega luxuoso por diárias em torno de 150 dólares. Nós ficamos lá! Recomendo! Também fica na zona hoteleira, próximo ao centro, só que já do outro lado do rio… Para chegar na região mais agitadinha tem que pegar tuc-tuc (a viagem não dura nem 10 minutos e provavelmente custará apenas 2 dólares). Reserve aqui.
Noite de jazz no lobby/restaurante do hotel, que acontece todas as quintas:
Um achado!! Bem no meio da Alley West, uma rua peatonal fofa paralela à Pub Street, está este hotel pequenininho, gracinha, super bem localizado e com diárias muuuito baratas! Claro, é zero luxo! Bem simples! Mas fui conhecer e é confortável, charmosinho e os funcionários muito simpáticos. Ideal para quem está buscando uma opção de hospedagem mais econômica (na época que fomos, as diárias custavam a partir de 30 dólares!!). O restaurante no térreo é gostoso (vou recomendar ele aqui abaixo nos “comes & bebes”). Tem também um rooftop bar que abre nos fins de tarde (para hóspedes e não-hóspedes). Reserve pelo booking.com.
Outras opções mais luxuosas (e mais caras):
– Park Hyatt Siem Reap: bonitão e bem no meio do buchicho, na Sivutha Boulevard (próx. à Pub Street);
– Belmond La Résidence d’Angkor: em uma área bem tranquila, próximo ao Heritage Suites, do outro lado do rio. Tem uma piscina maraaaaa!
Clique aqui para ver todas as opções de hospedagem disponíveis em Siem Reap, Camboja.
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Comes e Bebes
Eu A-M-E-I a comida do Camboja – a tradicional culinária Khmer. É muito parecida com a tailandesa (clique aqui para ler o que escrevi sobre a culinária thai) só que bem menos apimentada. Também são usadas muitas ervas comuns no Vietnã. As sopas estão presentes em quase todas as refeições.
Alguns pratos/ingredientes que você tem que provar:
- Fish amok – um curry suave de peixe, cozido no coco, adquirindo uma textura de soufflé.
- Char kreung – uma pasta apimentada, feita com capim-limão, geralmente usada no preparo de carnes ou frango. Aliás o lemongrass (capim-limão) está fortemente presente na culinária Khmer. Outro ingrediente que se encontra em muitos pratos é o gengibre.
- Carnes exóticas (bife de cobra e mais!!) – muito comum no Cambodia é o “churrasco” de mesa, ou BBQ cambojano (phnom pleung), uma espécie de churrasqueirinha/grill na qual você mesmo frita diferentes tipos de carne. Algumas dessas carnes estranhas são: cobra, crocodilo, tubarão, canguru, avestruz etc.
Sugestões de restaurantes:
Provavelmente o melhor lugar de Siem Reap para comer comida Khmer de verdade!! O lugar é uma gracinha, todo de madeira, bem tradicional… E a comida é simplesmente deliciosa. O restaurante é famoso por fazer o melhor Fish Amok da cidade!! 🙂 Vá com calma e paciência, pois para cozinhar o amok, prato mais clássico do Camboja, demora bastante. Além de tudo, ainda é barato (como tudo no Camboja). Comemos e bebemos até “fofar” (kkkk) e a conta deu US$22.50. Fica um pouquinho afastado da PUB Street e arredores, mas dá pra ir a pé, pois ainda assim é pertinho. A melhor opção é pegar um tuc-tuc por 1 ou 2 dólares até lá!
Esse é o local mais tradicional/famoso (e turístico! rs) para provar o churrasco cambojano que comentei acima, com carnes exóticas (e outras normais). É agora a hora de provar churrasquinho de cobra!!! hehehe. Além de cobra, são servidas outras 13 carnes: crocodilo, avestruz, pato, frango, vaca, tubarão, lula, camarão, canguru, sapo, porco e 2 tipos de peixes. Você frita tudo na chapa que está na mesa (parecido com barzinhos brasileiros, tipo o paulistano Juarez), mas a chapa é rodeada por uma sopa de chicken noodles (estranhíssimo kkkk mas muito gostoso!!). Uma super experiência!
Deixe o banho para DEPOIS do jantar, pois você sairá de lá beeem defumado!! Além do Cambodian BBQ, dezenas de outros locais na PUB Street e arredores servem o mesmo churrasco.
O que mais gostei na comida deste restaurante é que mistura influências Khmer com Francesas (relembrando a época em que o país era colônia francesa). O lugar também é lindo – uma casa de madeira enorme, com jardim e cheia de luzinhas. Fica na Sivatha Street, bem perto de tudo.
Este é o restaurante do hotel que recomendei acima. Paramos lá pelo ambiente, que é super agradável. Fica na Alley, uma rua peatonal paralela à Pub Street, cheia de restaurantes fofinhos com mesas na calçada. A comida é asiática, com dumplings, rolls, curries e noodles no menu. Mesmo estando em uma zona mega turística, é super barato. Por US$5,00 se come suuuuper bem!!! 🙂
Este restaurante francês-khmer é o lugar ideal para você almoçar no dia de visita aos templos, pois é o melhor daquela região, coladinho no Angkor Wat e Angkor Thom. Comida deliciosa e ambiente agradável.
Se estiver com um guia, provavelmente ele fará de tudo para te levar a algum outro restaurante “melhor e mais legal” do que o Chez Sophea. É mentira!! Geralmente você acabará caindo em um buffetzão tourist trap (pagando a mesma coisa que no outro), só porque o guia ganha almoço lá. Insista, bata o pé, e vá para o restaurante que você planejou! 😉
Nos falaram muito bem desse restaurante, mas fomos apenas conhecê-lo (não comemos lá). É bem bonitinho, charmoso e moderninho. Fica na Alley (a tal da rua peatonal que já falei bastante aqui). Serve fusion food, com tapas, comida Khmer, carnes, peixes e frutos do mar no menu. Excelente carta de vinhos.
Em Siem Reap, quanto à comida, não tem erro. Pegue um tuc tuc e vá para Pub Street… A rua e os arredores (Alley e Sivatha St) são cheeeeios de restaurantes. Pare no que der mais vontade!! 🙂 Mesmo nos lugares mais turísticos, tudo continua sendo muito barato e com excelente qualidade.
Ah, e não deixe de provar a cerveja local: Angkor Beer.
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O que fazer / Roteiros
Chegamos a melhor parte: passeios!! Sim, é verdade que Siem Reap é basicamente “templos” (acredite, os mais fantásticos eveeeer!!), mas há também várias outras coisas para fazer!! 🙂
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Achei essencial ter um guia local nessas visitas. Muita coisa no Cambodia está em ruínas e fica muito mais fácil entender a história com alguém contando nos mínimos detalhes. Enriquece MUITO a experiência. O nosso era fantástico (e ainda mega criativo na hora de tirar foto pra gente! hehehe). Deixo aqui o contato:
Nome: Sronok
E-mail: sao_sronok@yahoo.com
Website: www.privateangkortourguide.com
Tel: +855 92 978 038
Descobrimos o Sronok através da Romy Viagens, com quem fechamos um dia de turismo em Siem Reap. Ela trabalha com a operadora local Aurora Travel, para quem o Sronok presta serviços como guia (inglês). Se precisar de guia em espanhol, fale com a Romy ou contacte algum desta lista aqui.
Roteiro | Duração: 3 dias
*** Dia 1 ***
- Angkor Wat
Dia de pular da cama!!! Chegue no templo às 5h da manhã, pegue um lugar estratégico (provavelmente você terá que lutar contra um exército de turistas) e veja o sol nascendo por detrás das torres. Lindo, lindo! Confirme o melhor horário para chegar, pois acredito que mude conforme a estação.
O Angkor Wat é a maior construção religiosa do mundo, e foi construído no século XII como mausoléu para o rei Suryavarman II e como templo hinduísta – uma homenagem ao deus Vishnu. É o símbolo e o orgulho nacional, está até mesmo estampado na bandeira do país. Hoje é um templo budista.
- Angkor Thom
É a última capital do Império Khmer, construída no final do século XII pelo rei Jayavarman VII. A cidade fortificada tem 10km2 e dentro de seus portões, vários templos e ruínas lindíssimos. Estes são os destaques, na minha opinião:
– Bayon
Um dos templos que mais me impressionou. São 54 torres em estilo gótico decoradas com 216 faces gigantes sorridentes. E apesar de parecidas, NENHUMA face tem a mesma expressão! Está localizado no centro do complexo do Angkor Thom.
É um dos templos cambojanos que aparecem no filme estrelado por Angelina Jolie, Lara Croft: Tomb Raider.
– Baphuon
O que mais impressiona no Baphuon é o trabalho que tiveram para que você o visse como ele é hoje (e provavelmente era antes de ser destruído – imagino que sim!). Conhecido como o maior quebra-cabeça do mundo, pois encontrava-se completamente devastado e todos os registros foram destruídos durante os anos do Khmer Rouge, deixando os especialistas da EFEO (École Française d’Extrême-Orient) com 300.000 pedras a serem colocadas em seus lugares. É um templo em formato de pirâmide que representa o mítico Monte Meru, sagrado no hinduísmo.
Desafio: subir até o topo do Baphuon no calor do Camboja em março!!! Eu achei que fosse morrer e cair de lá de cima! hahaha.
Outros monumentos/templos interessantes dentro do Angkor Thom que merecem uma passadinha rápida: Terraço dos Elefantes, Terraço do Rei Leproso e Templo Preah Palilay.
- Ta Prohm
Este sim foi o templo que me deixou mais deslumbrada! Pois é diferente de absolutamente tudo que já tinha visto antes na vida. É o templo que foi “engolido” pela natureza. Na verdade, foi o templo escolhido pela equipe de restauradores franceses para servir de demonstração de como estavam TODOS os templos de Angkor, quando foram descobertos pelos ocidentais no final do Século XIX. Mostra o poder da natureza sobre o homem e suas construções.
Construído a partir de 1186, Ta Prohm (ou Rajavihara, seu nome original) foi um templo budista dedicado à mãe do Rei Jayavarman VII.
Este templo ficou bem conhecido ao aparecer no filme Lara Croft: Tomb Raider, com Angelina Jolie.
Assista a um trecho do filme em que aparecem vários templos de Angkor:
Almoço:
Neste dia intenso de muitos templos, pare uma horinha para almoçar entre uma visita e outra, no CHEZ SOPHEA, restaurante que indiquei aqui acima, que fica próximo ao Angkor Wat e Angkor Thom. Super conveniente.
Transporte:
Para este dia de visitas, você pode pedir um carro a seu guia ou agência, ou combinar com um tuc-tuc para te acompanhar o dia todo. É muito fácil se locomover de um templo ao outro dentro de Angkor.
- Massagem Khmer
Depois de um dia loooongo (começou no nascer do sol no Angkor Wat, lembra?!?) você merece uma massagem!! 😛 Quem não, né?! Assim como na Tailândia, há spas por todos os lados em Siem Reap. Você pode fazer uma massagem nos pés, rapidinha, ou experimentar a tradicional Khmer Massage. Ou… Que tal uma FISH MASSAGE?? Sim, daquelas que você enfia os pés no “aquário” e pequenos peixes comem a pele morta, resultando em “cóceguinhas”.
Recomendo o SPA PURA VIDA, que tem 7 unidades em Siem Reap (há uma na Pub Street e várias outras na Sivutha Road).
*** Dia 2 ***
- Banteay Srei
Este templo fica em Angkor, porém um pouco mais afastado que os demais citados aqui. Por isso, para chegar, melhor estar de carro/taxi do que de tuc-tuc. Banteay Srei chama a atenção pela riqueza de detalhes. O templo é praticamente uma miniatura se comparado ao Angkor Wat. Foi construído no Século X em homenagem ao deus hindu Shiva e é considerado uma jóia da arte Khmer. Foi erguido todo em arenito vermelho e não há uma única parte em que não haja desenhos milimetricamente esculpidos nas pedras. Seu nome significa “Cidade das Mulheres” e acredita-se que tenha sido construído por mulheres, devido a tamanha delicadeza dos desenhos.
Este museu fica no caminho entre Siem Reap e o templo Banteay Srei. Como contei no início do post, mais de 4 milhões de minas terrestres foram instaladas no território do Cambodia na época do regime do Khmer Rouge.
O museu conta história do fundador, Aki Ra, que foi obrigado a ser uma criança-soldado do regime que governou e assolou o país por tantos anos. Depois de muito tempo lutando, ele retornou às vilas nas quais instalou milhares de minas, para removê-las, uma a uma, evitando ainda mais acidentes. O museu conta como as minas terrestres impactaram e impactam o país, mutilando e matando, ainda hoje, milhares de pessoas. O museu também é um centro de recuperação que ajuda as vítimas. O dinheiro arrecadado com ingressos serve para manter essas pessoas que vivem no local.
Fuerteee! Bien fuerte!! 🙁
- Passeio de quadriciclo pela zona rural
Adoro ir a lugares assim e fugir um pouco do óbvio, de onde estão os turistas, e ver mais a fundo a “vida real”. Este quad bike tour foi organizado pelo nosso hotel, o Heritage Suites, mas é possível fazê-lo alugando os ATVs com outras empresas. Uma ideia é ir no fim da tarde, para ver o por do sol no campo. O passeio passa por vários vilarejos e é muito bacana acenar para as pessoas, vê-las vindo atrás de você… Leve bastante balinhas e distribua para as crianças que vir ao longo do caminho. Elas ficam malucas!!! Uma experiência bem legal. 🙂 É muito importante fazer a atividade com um guia local, que vai na frente indicando o caminho (não se esqueça das minas terrestres… Parece bizarro, mas é um perigo real).
Empresas que fazem este tour:
– Ride Expeditions
– Quad Adventure
Veja no vídeo as criancinhas ficando malucas com as balinhas: 🙂
- Pub Street e arredores
Já falei tanto da Pub Street e de seus arredores aqui (Alley, Sivutha Road etc…) que você já deve estar até íntimo dela! rsrs. Hora de ir conhecê-la de perto, jantar em algum dos restaurantes da região que recomendei aqui, curtir um barzinho, passear… 😉
Olha com quem encontramos no meio da rua de Siem Reap, entre tantos turistas!! Que BIZARRO encontrar o JOSÉ DE ABREU uma vez em Havana, Cuba (foto de baixo) e exatos 2 anos depois, no MEIO DA RUA em Siem Reap, no CAMBOJA!!! (foto de cima) Hahaha!!! E olha que eu sou daquelas que não encontro famoso nem no Rio de Janeiro… Kkkk! Onde será o próximo?! :O
[clique aqui para ler post sobre Havana, Cuba]
*** Dia 3 ***
- Chong Kneas Floating Village
Esta vila flutuante no Tonlé Sap Lake fica a aproximadamente 15km de Siem Reap. Para chegar, é necessário ir de taxi ou tuc-tuc e lá, alugar um barco para explorá-la. Veja barcos e tours aqui. A vila muda de lugar, conforme a estação e nível de água do rio. Trata-se de uma comunidade inteira que vive completamente “boiando” sobre as águas. Por todos os depoimentos que ouvi deste passeio me fizeram acreditar que é algo cansativo devido a insistência por doações. Que é difícil curtir o passeio sem ouvir crianças gritando “one dollar, one dollar”. Triste… Mas a visita vale a pena pois o lugar parece ser mega único e interessante.
- Kompong Phluk
Essa vila não é flutuante mas vive também na água. Ao contrário de “boiar”, trata-se de um vilarejo todo de casas altas feitas de bambu, apelidadas de “bamboo skyscrapers”. Palafitas que chegam a 7 metros de altura. Muitos dizem ser mais memorável que a Chong Kneas, porém, mais difícil de chegar. Está a 25km de Siem Reap e o jeito mais fácil é ir a partir da Chong Kneas Floating Village, alugando um barco que faça o trajeto de ida e volta. A empresa Tara Boat faz o passeio dos dois vilarejos no mesmo dia.
Infelizmente não pude fazer nenhum desses dois passeios acima devido à época em que estive no Camboja. Março de 2015 foi mais do que árido, não choveu uma gota, portanto todos nos aconselharam a não ir, já que o lago/rio estava praticamente seco. 🙁 Se você for em outra época (ou se o “seu” março for menos seco que o “meu”) não perca o passeio!
- Night Markets
Existem dois night markets, uns dizem que um é o original e o outro é a cópia rsrs. São eles: Angkor Night Market e Siem Reap Night Market. Os dois estão muito próximos um do outro, coladinhos na Sivutha Road (ou Sivatha), portanto, vá a ambos, né?! Os mercados noturnos são vibrantes, agitados, cheios… Traduzem muito bem o mood asiático. Lá você encontrará de tudo: souvenirs, roupas, decoração… Tem que ir mesmo se não quiser comprar nada.
Dica: comprei no Camboja uma daquelas calças estampadas de algodão e não paro de usar em casa. Meeeega confortável e me custou 3 dólares. Também compramos potinhos para petiscos, elefantes para decoração… Tudo muito lindo e barato! Vale a pena.
Veja no mapa abaixo TODOS os pontos de interesse citados aqui no post (hotéis, restaurantes, templos, passeios e outros):
<div class=”separa”><span> Dicas extras </span></div>
- Ingressos / Entradas para os templos
Para explorar os templos de Angkor, você precisa comprar um único ingresso (e andar com ele tipo “crachá”) e assim explorar quantos templos quiser e aguentar. O ingresso de 1 dia (one-day pass) custa US$20 e o de 3 dias (three-day pass) custa US$40. [Atualização: o ingresso de 1 dia subiu para US$37]. Ou seja, se você vai usá-lo por dois dias, melhor já comprar o de 3 e ficar com um dia “sobrando” caso dê vontade de dar uma passadinha em mais um templo de Angkor! 🙂 Se vai ficar apenas dois dias em Seam Reap, recomendo tentar incluir o templo Banteay Srei no 1º dia do roteiro e assim economizar 20 dólares.
- Duração do roteiro
Fizemos um roteiro de 3 dias em Siem Reap, mas é totalmente possível conhecer a região em 2 dias inteiros, eliminando apenas 1 ou no máximo 2 atividades que sugeri. É o que a maioria dos viajantes fazem.
- Visita a orfanatos, ajuda humanitária e doações
Infelizmente, querendo fazer o bem, você pode acabar fazendo o mal pra uma criança. 🙁 Eu sei que é difícil chegar no país e conviver com esses números*:
– Na Província de Siem Reap, 1/4 da população sobrevive com menos de 50 centavos de dólar por dia;
– No Camboja, mais de 40.000 crianças morrem por ano, em sua maioria, de causas que poderiam ser prevenidas;
– 80% das crianças cambojanas vivem em áreas rurais e apenas 18% delas vão à escola;
– 40% das crianças do país são desnutridas.
E por causa disso, muitos turistas vão a orfanatos oferecer ajuda. Consequentemente, há gente querendo lucrar com essa situação tão lamentável, criando orfanatos de fachada ou explorando crianças ao máximo para atrair dinheiro aos dirigentes das casas. Crianças não podem ser atrações turísticas. Antes de ajudar, informe-se. Doe para organizações com alguma referência.
E pense duas vezes antes de comprar qualquer coisa para crianças ou adultos pobres na rua. Um truque comum é ver mães com crianças de colo pedindo leite. Você vai até o local comprar, e acaba comprando por um preço mais alto que a média. Depois que você sai, a “mãe” e o funcionário do local dividem o lucro. Pode ser verdade, pode não ser. Aguente firme!! E não chore… rsrs. Eu chorei rios por lá! Ajude apenas se tiver certeza de que você está fazendo o bem, e não aumentando o mal.
*Dados: Concert Cambodia
***ATUALIZAÇÃO DAS ROUPAS PERMITIDAS NOS TEMPLOS ***
Não é possível mais acessar algumas áreas do Angkor Wat (e talvez de outros templos – não tenho certeza) apenas se cobrindo com pashmina. Agora é preciso estar com a BLUSA tampando os ombros, assim como saia tampando os joelhos. É que as mulheres ficavam com calor e tiravam a pashmina. Então agora tem que estar com a blusa com mangas, e não pode ser transparente. Obrigada pelas infos, leitoras Carla Tanaka e Natália Matos! :**
*** ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL ***
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Gostou do Camboja? Que país intenso, não? Mexe de verdade com a gente. Toca cada pedacinho do nosso coração. Nos deixa abobalhado com tanta beleza, tanta riqueza de detalhes, e nos faz refletir o tempo todo. Não é uma viagem leve, admito. Mas faz um bem absurdo. Transforma!
Espero que tenha gostado do post e se interessado em conhecer Siem Reap.
Beijos,
Lala
(siga minhas viagens em tempo real pelo Instagram: @lalarebelo)
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