Finanças Práticas

Dinheiro antes, durante e depois da viagem

Como se planejar para viajar TANTO
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Muita gente me pergunta qual é a melhor maneira de gerenciar o dinheiro durante a viagem. Afinal, por melhor que seja a experiência, ninguém quer ter surpresas desagradáveis no orçamento, gastar mais que o necessário ou “micar” com aquela moeda exótica que não dá pra usar em nenhum outro lugar.

Pensando nisso, trago hoje algumas dicas práticas para cuidar do seu dinheiro antes, durante e depois das viagens, assim a sua maior preocupação será curtir seu destino!

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Eu encaro as viagens como um PROJETO: planilhas, roteiros, pesquisas, tudo pensado nos mínimos detalhes e com a antecedência necessária. Assim, posso prever melhor as coisas que poderei fazer, onde tenho que economizar um pouco e onde posso fazer uns “pequenos abusos” (afinal, aquele passeio super exclusivo tem seus custos…).

  • Definição do roteiro e passagens

Primeiro de tudo, depois de definido o destino e o orçamento, recomendo começar pelo roteiro da viagem. Faça pesquisas, veja o itinerário de trás para frente e de frente para trás (as passagens podem mudar MUITO de preço) e defina primeiro a parte de transporte.

Cheque BEM as regras de passagens, principalmente o limite de bagagens, que podem ser uma surpresa desagradável na hora do embarque. E essa não tem jeito: você precisa pagar com antecedência e se deixar para a última hora, vai pagar mais caro (válido para cias aéreas que permitem acrescentar bagagens pelo site). Claro que existem promoções de última hora, mas não dá para arriscar em uma viagem tão sonhada.

Mala arrumada com muito cuidado, para não exceder o limite da cia aérea
Mala arrumada com muito cuidado, para não exceder o limite da cia aérea | Créditos: Lala Rebelo
  • Coberturas do cartão de crédito

Outra dica importantíssima: dependendo do cartão de crédito que você tiver, há enormes vantagens em comprar a passagem com o cartão, já que te dão seguro-viagem incluído, seguro para o carro alugado, etc. Não deixe de perguntar para seu cartão de crédito o seu tipo de cobertura.

  • Reserva de hotéis

Já sabendo a parte de transportes, fica mais fácil procurar as datas dos hotéis em cada cidade. Lembre-se que você pode programar os pagamentos dos hotéis: muitos sites cobram mais barato por um pagamento antecipado. Se você já tiver o dinheiro disponível durante o planejamento, pode se beneficiar disso.

  • Pesquisa de gastos no destino

Fechando transportes e hotéis, provavelmente você já terá programado entre 50% e 70% do seu orçamento da viagem. Assim, fica mais fácil saber quanto você vai precisar no destino. Procure em blogs de viagem os gastos médios, veja menus de restaurantes e procure os tours na internet. Há MUITA informação disponível!

  • Câmbio – compra de moeda estrangeira

Por fim, agora que você já sabe quanto vai usar, é hora de COMPRAR a moeda estrangeira. Nunca compre tudo em “dinheiro vivo”. É fato que você sempre vai precisar de dinheiro (para taxis, compras na rua, mercadinhos de artesanato), mas lembre-se que o risco de roubo é maior e é mais difícil de levar pelo volume. Eu sempre prefiro “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

Procure meios alternativos, como cartões pré-pagos de viagem (conhecidos como Visa TravelMoney e similares, te ajudam a controlar melhor os gastos) e também seu próprio cartão de crédito (que nunca te deixa com “restos” de moeda estrangeira que acabam esquecidos na gaveta).

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  • Escolhas inteligentes – balanceando os gastos

Os gastos durante a viagem podem variar muito, e você terá que fazer escolhas inteligentes para não abrir mão de nada que quer fazer: resolveu fazer o passeio de balão e gastou 200 dólares? Então almoce os próximos dois dias em um local mais simples para balancear! Meu lema é não se privar de nada que você queira MUITO fazer, afinal são essas memórias que você terá para o resto da vida. Se seu planejamento foi bom, você já saberá quanto pode gastar por dia, então ficará fácil de controlar.

  • Distribuindo gastos em diferentes meios de pagamento

Vá usando seus meios de pagamento aos poucos, para não deixar que nenhum deles falte no final, principalmente seu dinheiro vivo. Tenha sempre algo guardado para emergências.

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  • Câmbio de moeda no destino

Quanto ao câmbio de moeda, se estiver em um grande centro, troque somente o necessário para 2 ou 3 dias e vá trocando conforme o uso. Lembre-se que algumas corretoras cobram um custo fixo pelo câmbio, o que na maioria das vezes é desfavorável para o cliente. Só troque o mínimo necessário no aeroporto, já que a pior taxa de câmbio possível é ali.

Tenho minhas duas “regras básicas” para câmbio de moeda, que são:

1. Pense nos seus Reais como uma “maçã”. Você chega em uma corretora de câmbio (aqui ou em outro país), vende suas maçãs e as corretoras pagam um preço X por isso. Aqui no Brasil, todo mundo consome maçã, então elas tem um preço melhor. Em lugares onde ninguém quer maçã e você tenta vender as suas, você tem que baixar MUITO o preço até conseguir um comprador. Isso acontece com as moedas também. Portanto, se você quiser ter seu dinheiro com a melhor aceitação possível (e melhores taxas de câmbio), leve as moedas que todos querem. Dólares e Euros são como Nutella no meio das maçãs! Rsrs

2. Só compre moedas “exóticas” no seu destino final. Se você está indo para a Croácia, por exemplo, nem pense em comprar seus Kunas no Brasil. Como é muito difícil conseguir essa “mercadoria” por aqui, vão te cobrar MUITO mais por isso. Nesse caso, é melhor trocar Reais por Euros, e depois trocar Euros por Kunas na Croácia, onde o Euro e o Kuna são moedas muito comuns.

Lembre-se também que alguns meios de pagamento podem ser “repostos” durante a viagem: você pode recarregar um cartão pré-pago através do internet banking, ou ainda pagar uma parcial da fatura de seu cartão de crédito para liberar o limite.

  • Comprinhas durante a viagem

Outra coisa importante é em relação às compras. Você adorou o tapete persa e te deram um BAITA desconto no mercado de Istambul, mas como vai fazer para levar o trambolho para casa? Vai pagar excesso de peso ou mandar por uma empresa de transporte? Pense bem antes de algumas decisões, que podem vir com custos surpresas.

Créditos: Kris Black/Shutterstock
Despachar essa mala cheia não vai sair barato… | Créditos: Kris Black/Shutterstock
  • Compras “antigas” parceladas sempre em mente

Durante a viagem, pense se não há nada que foi parcelado no cartão, antes mesmo da viagem começar. Muitos compram passagens ou reservam hotéis e parcelam em muitas vezes. Não há problema algum se você tiver isso sempre em mente e considerar esse valor entre as coisas que você terá que pagar na volta.

  • Anotações dos gastos no cartão de crédito

Eu indico ir anotando todos os gastos que você fizer no cartão de crédito durante a viagem (sim… No old style! Seja em um caderninho ou nos notes do celular), e se possível, já faça uma conversão básica para Reais e some também o IOF (6,38%), para ter uma noção mais “palpável” das suas contas pós-viagem. As moedas estrangeiras nos confundem muito. Por exemplo, um café de 4 libras na Inglaterra parece pouco, mas na sua fatura o valor virá acima dos R$15. Não é para deixar de tomar o café, apenas para não se perder na conta e ter em mente o câmbio e os impostos. Quem converte se diverte sim!! E mais! Porque consegue viajar mais vezes!!

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Já é triste quando uma viagem termina, mas pode ficar ainda pior quando aparece um imprevisto para pagar os gastos dela! Se sua viagem foi bem planejada, você provavelmente não terá esse problema. Porém, às vezes a conta chega alta, e você tem que fazer algo a respeito.

  • Desfaça-se de moedas exóticas

A primeira coisa, no último dia, é lembrar de trocar todas as moedas exóticas por dólares ou euros, ainda no país que você estava. Assim, você já volta para casa com moeda forte e não traz o “mico” pro Brasil.

Dinheiro "exótico" que vai virar souvenir
Dinheiro “exótico” que vai virar souvenir | Créditos: Lala Rebelo
  • Retorno de impostos (tax return)

Outra dica: informe-se de possíveis retornos de impostos para turistas nos países que visitar, você pode se surpreender com quanto dinheiro consegue recuperar com os “Tax Return”. Na África do Sul, por exemplo, a taxa é de 14% do custo dos produtos, e é SUPER fácil pedir o reembolso do imposto (só não se esqueça de guardar as notinhas de tudo o que comprar).

  • Sobra de dinheiro (ooo coisa boa! E difícil de acontecer! rs)

Depois, você deve pensar que o que sobrou de moeda estrangeira (em dinheiro ou em cartão pré-pago) faz parte do orçamento da viagem e já está pago. Você pode usar essas sobras para liquidar a fatura do seu cartão de crédito, caso não tenha outros recursos para pagá-la. Mesmo assim, lembre-se que em cada câmbio de moeda você vai perder algo. Se tiver como pagar suas contas com Reais diretamente, prefira guardar seus dólares ou euros para a próxima viagem (que espero que seja logo!).

Créditos: surasaki/Shutterstock
Juntando dinheiro para a próxima viagem! | Créditos: surasaki/Shutterstock

E então? Carteira preparada? E a mala?? Se ainda tiver alguma dúvida sobre gerenciamento de dinheiro, não somente em viagens, tem um site que eu adoro que se chama “Finanças Práticas”. É um programa de educação financeira, sem fins lucrativos, que pode te ajudar a economizar e a se planejar nessa e em outras situações. Super útil! 🙂

Facebook: /FinancasPraticas
Twitter: @FinancaPratica
Youtube: /financaspraticas
Site: financaspraticas.com.br

Obrigada pela visita!
Beijos, Lala

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